quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O ESPÍRITO PRÁTICO


Thomas Edison (1847/1831)



"O inventor – o Edison nas fronteiras do quarto reino - não está limitado pelas seguras inibições do conhecimento científico. De facto, é até enganador falar de uma 'fronteira' – um limite exterior para o quarto reino. Isso sugere uma linha clara entre o conhecido e o desconhecido. Aquele que procura no reino das máquinas não anda atrás de conhecimento, mas da novidade cujas fronteiras estão em todo o lado. 'Na altura em que fiz experiências com a lâmpada incandescente', confessou, ou antes vangloriou-se Edison, 'eu não compreendia a lei de Ohm. Para além disso, eu não quero compreender a lei de Ohm. Isso impedir-me-ia de fazer experiências.'"

"Cleopatra's nose" (Daniel Boorstin)


Inventores como Edison parecem ser os Abencerragens da teoria da indução, tão cabalmente criticada por Karl Popper.

Edison, que foi "um prodigioso inventor", depois de uma longa vida, "não acrescentou quase nada ao conhecimento científico" (ibidem).

A teoria de que é a experiência que, através de inúmeras tentativas, nos sugere as ideias não corresponde à verdade, e é preciso admitir que o próprio Edison, sempre atento à utilidade e à popularidade das suas descobertas, partia também ele de uma hipótese.

Se o conhecimento científico "estabelecido" (apesar de tudo) pode inibir a formulação de hipóteses verdadeiramente novas e revolucionárias, o "espírito prático" de um Edison encontra no seu próprio método um limite que não pode ser ultrapassado.

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