segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A NEUTRALIDADE DE PILATOS


"Ecce Homo!"

"É estranho que tanta gente acredite que não há resposta para a pergunta de Pilatos "Que é a verdade?" Afinal, em milhares de tribunais de justiça, milhares de testemunhas são advertidas para dizerem a verdade. E a maior parte delas parece saber muito bem o que delas se espera."

"O mito do contexto" (Karl Popper)


A verdade pode ser definida como uma "afirmação que corresponde aos factos", mas desta definição não se pode deduzir um "critério geral de verdade", como demonstrou Alfred Tarski.

A vontade de se manter de fora dos assuntos dos judeus levou Pilatos a invocar a verdade neste último sentido, como bom entendedor nas artes do pretório que era.

A importância de se saber se determinada afirmação corresponde aos factos deve ter sido reconhecida desde o primeiro esboço de um tribunal, quando foi preciso atribuir responsabilidades aos intervenientes de um processo.

Fora deste modelo jurídico, ficamos um pouco desnorteados porque, rigorosamente, devíamos levar em conta para determinar a verdade muito mais do que os factos "objectivos".

É por interesse político e económico que se confinam os factos ao que é objectivo para todos. Mas é bem visível que a psicologia e a sociologia têm vindo de forma crescente a influenciar a justiça.

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