domingo, 12 de fevereiro de 2012

CORRUPÇÃO E REFORMA

economist.com

"O ensaio de Bodenhorn ("Free Banking as Reform") enfatiza o facto da reforma poder ser o resultado do interesse próprio de políticos concorrentes. Ele analisa um dos primeiros episódios da reforma anti-corrupção na história dos EUA - a luta contra a corrupção na autorização (chartering) dos bancos do Estado de Nova Iorque no final da década de 1830. Boderhorn argumenta que a reforma emergiu do desejo dos conservadores (Whigs) de privar os seus opositores - a regência democrática de Van Buren - das rendas de patrocínio. A desregulação foi a arma preferida contra a corrupção, visto que reduzindo os requisitos da autorização se limitava a capacidade do governo de gerir o seu monopólio duma maneira corrupta."


"Corruption and Reform: Introduction" (Edward L. Glaeser  & Claudia Goldin)



A ideia da justiça é demasiado abstracta para inspirar uma reforma que tem de mobilizar um grande grupo de pessoas.  O despique entre os partidos políticos, pelo contrário, pode ser apaixonante para o grande número. É assim que, no dizer de Hegel, funciona a Ideia, através do que ele chama de "astúcia da razão", que, na verdade, não é diferente da astúcia da Natureza, através dos instintos, para perpetuar as espécies.

Tudo isto, porém, é demasiado decepcionante para os que têm o ideal de mudar o mundo, visto que aparecem como títeres do "destino", das forças, ou do que se quiser chamar. A História inventada, com maiúscula,  é apenas uma outra mecânica que priva o homem da sua liberdade.

O conselho do Olimpo, que se vê a funcionar em Homero, é, no fundo mais verdadeiro no retrato da nossa situação do que qualquer outra teoria inventada até hoje.  É que os deuses, eles próprios, são sujeitos a paixões, pelo que não podem responder por nada do que acontece aos homens. São tempestades em cima e em baixo.

Por isso é que o monoteísmo foi uma bela tentativa para ordenar o caos.

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