quarta-feira, 17 de março de 2010

O CORONEL MILES



"A liberdade, para o homem, consiste em fazer aquilo que quer, quando pode, quanto a sua razão consiste em não querer tudo o que pode."

Rivarol


Infelizmente, não é a razão que nos governa, e como se viu no caso dos Melianos, durante a Guerra do Peloponeso, a delicadeza e a abstenção não são virtudes do poder. Estas foram as palavras do porta-voz dos habitantes da ilha de Melos dirigidas aos Gregos invasores, segundo Tucídides:

"Vós sabeis tanto quanto nós, que tal como é feito o espírito humano, só se examina o que é justo quando a necessidade é igual para ambas as partes, mas se há um forte e um fraco, tudo o que é possível é feito pelo primeiro e aceite pelo segundo."

Quando se diz que o poder corrompe não se vê a coisa em termos de força e de necessidade como o faziam, sem quaisquer ilusões, os Melianos. Julga-se que é por o indivíduo ser fraco ou inconsistente que se deixa corromper, mas a verdade é muito diferente, e é a razão por que a democracia precisa de "espantalhos" para afastar os corvos, quem quer que esteja no governo.

O homem que se reveste de determinadas funções associadas ao poder está na situação daquele coronel do último filme de James Cameron. Da carlinga do seu robot, pode arrancar árvores, mas não colher uma flor.

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