quarta-feira, 21 de junho de 2006

NOVOS TRANQUILIZANTES


St. Inácio de Loyola (1491/1556)

"(De resto, a autêntica religião, em geral, e a fé cristã em particular - com a sua inexorável insistência no indivíduo e o papel que este tem na sua própria salvação, o que levou à elaboração de um catálogo de pecados mais longo do que o de qualquer outra religião - nunca poderão ser usadas como tranquilizantes. As ideologias modernas, quer sejam políticas, sociais ou psicológicas, estão melhor preparadas para imunizar a alma do homem contra o choque com a realidade do que qualquer outra religião que conheçamos. Comparada às diversas superstições do século XX, a piedosa resignação perante a vontade de Deus equivale ao despique entre um canivete e uma bomba atómica.)"

"Entre o Passado e o Futuro" (Hannah Arendt)


Claro que, realmente, só serão consideradas superstições na hora do crepúsculo hegeliano. Porque, actualmente, é a vontade de Deus que nos parece medieval, não reflectindo o progresso da Ciência, a libertação da Natureza, nem a realidade do Indivíduo.

Tudo ideias que poderiam ser viradas do avesso, desde que deitássemos algumas ilusões pela borda fora.

E é absolutamente certo que os exercícios espirituais dos jesuítas não podem competir com a sociedade de bem-estar, química e mediologicamente assistida.

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