(Cerco de Paris por Henrique IV)
"(...) pela entoação, pela escolha das palavras, a duquesa diferia profundamente do seu sobrinho Saint-Loup, invadido por tantas ideias e expressões novas; é difícil, quando se está perturbado pelas ideias de Kant e a nostalgia de Baudelaire, escrever o francês requintado de Henrique IV, de tal maneira que a pureza mesma da linguagem da duquesa era um sinal de limitação, e de que nela a inteligência e a sensibilidade tinham ficado fechadas a todas as novidades."
"Le Côté de Guermantes" (Marcel Proust)
Que raiz camponesa e ancestral hoje resistiria ao dilúvio mediático, em que naufragam as vozes e os sotaques, e onde se "pegam" expressões como o "é assim:", de transversal utilização, com a velocidade de uma epidemia e a aderência de um autocolante?
Mas a Torre de Babel da televisão não será castigada com a confusão das línguas e sim pela caótica imprevisibilidade da tecnologia.
Na rede, cada um é a aldeia global.
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