domingo, 7 de novembro de 2010

TRAUMAS


Nuremberga


É na cirurgia plástica em que pensamos ao explicar a impressão que em nós causa o espectáculo de algumas cidades alemãs, maravilhosamente recuperadas nos últimos 50 anos. 

Admiramos o génio da eficiência e a piedosa reprodução do barroco das igrejas e das casas medievais, em que não é visível ainda a garra do tempo. Mas esta perfeição tem o seu quê de disneylândia e de museu etnográfico.

A cidade mente sobre a sua idade, como uma velha coquete, e nós temos de nos render ao seu brilho e aos seus dourados. 

Mas parece que a todo o momento, o sorriso artificial com que nos acolhe se vai escangalhar, como em “Um rei em Nova Iorque”. 

A história, detrás do cenário, somatiza no desempenho de turistas e actores.

0 comentários: