quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

OS ILUMINADOS


Robespierre
 

"A virtude esteve sempre em minoria nesta terra."

(Robespierre, a propósito das tergiversações sobre o processo do rei)



Naquela boca, é, evidentemente, uma profissão de fé anti-democrática. A minoria devia não só deter o poder, como sempre aconteceu, mas, igualmente, ter o exclusivo da virtude.

É verdade que a virtude, tanto quanto a sabedoria, por exemplo, não são apanágio do grande número. Mas a razão por que a democracia, mesmo assim, deve preferir a "mediocridade" é a necessidade de se defender de todas as ditaduras, incluída a "esclarecida", que rapidamente deixa de o ser, mesmo se começou com um bom motivo.

A longo prazo, as consequências duma má escolha da maioria são sempre menos prejudiciais do que as do poder sem controle entregue a uns poucos. Estes, defenderão sempre os seus interesses em prejuízo da maioria. Esta, se se enganou, rectificará o seu erro na primeira oportunidade. O melhor regime será, assim, aquele que mais oportunidades criar de ajustar a política que serve a maioria contra os abusos de uns poucos.

Hitler sabia disso. Depois de ganhar as eleições, mais ou menos livres, preocupou-se logo de seguida em silenciar as vozes discordantes, e acabou com todas as oportunidades do povo corrigir o seu trágico erro.

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