quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

NOVAS TATUAGENS

Rooney Mara


O primeiro enigma em "The girl with the dragon tattoo" é saber o que terá levado David Fincher a fazer, talvez, o primeiro 'remake' dum filme recente e tão perfeitamente conseguido ( o do dinamarquês Niels Oplev ).

É verdade que o tema é congenial ao autor de "Seven". Mas em que é que o cinema ganhou com isso?

Pergunta ociosa, em face da força do estilo. Talvez a aposta de Fincher fosse a de superar Oplev, provando que a perfeição não existe e fazendo um filme pessoal com o guião dum outro que, porventura, terá "demasiado" seguido o romance de Stieg Larsson...

E é como a mesma ópera dirigida por maestros diferentes e cantada por diferentes vozes. Mérito também do "libretto" que se presta a sucessivas interpretações. Rooney Mara não faz esquecer Noomi Rapace, e é estupenda.

A história de Martin Vanger (Stellan Skarsgard), o "homem que não gostava das mulheres"  e do império económico que dirige, depois do pai, apresenta, pelo seu lado, uma conhecida característica do regime nazi que é o da incompatibilidade entre os objectivos políticos ( o extermínio dos judeus, aqui substituído pelo assassínio em série de mulheres, de acordo com a geografia da empresa) e os da produção económica.

Isto é, a denúncia dum certo capitalismo por parte da revista Millenium, encabeçada por Mikael Blomkvist (Daniel Craig), continua através da revelação dos crimes da família Vanger, quase se confundindo a "especulação" e a "lavagem do dinheiro" com a irracionalidade do auto-canibalismo sexual.

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