segunda-feira, 13 de abril de 2009

O NACIONALISMO


Tomas Masaryk (1850/1937)


"Pois a teoria política do nacionalismo assenta no princípio de que há grupos étnicos que, simultaneamente, são grupos linguísticos e que, por acaso, também habitam regiões geograficamente unificadas e coesas com fronteiras naturais, passíveis de serem defendidas de um ponto de vista militar - grupos que se encontram unidos por uma língua comum, um território comum, uma história comum, uma cultura comum e um destino comum. Eis a teoria que esteve subjacente ao princípio de Masaryk-Wilson da 'Autodeterminação das Nações'; foi em nome dela que o Estado multilingue da Áustria foi destruído."

"Epistemologia e Industrialização" (Karl Popper)


Masaryk não era o único a considerar a Áustria-Hungria como um estado anti-racional, que deveria ser desmembrado.

A Cacânia de Robert Musil é esse estado e o seu grande romance é iluminado pela inteligência do absurdo e da decadência. Para não falar em Kafka, que também escreveu em alemão. A Mitteleurope parecia condenada por todos os espíritos formados no hegelianismo tornado senso comum.

Se o nacionalismo é uma construção teórica "perniciosa, como também impossível de realizar", não há dúvida que se impunha aos seus defensores como a marcha da própria Razão, e é sintomático que apenas tenha sido combatido pelos maus motivos.

Colhemos ainda hoje os frutos dessa maléfica utopia, perante a qual a razão fica desarmada. É por isso também que todos os esboços de organização supranacional são vistos, geralmente, como uma perda de identidade.

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