quinta-feira, 20 de novembro de 2008

UMA EVOLUÇÃO SEGUNDA


Marshal McLuhan (1911/1980)


"E assim como um animal que desenvolva um órgão novo e diferente pela evolução natural passa a ser um animal diferente, também um homem que desenvolva um utensílio novo e diferente expande a sua personalidade e transforma-se num homem diferente."

"Memórias de um economista" (Peter Drucker)


Drucker fala do seu encontro com Marshall McLuhan e da paixão deste pela tecnologia, que considerava a "auto-perfeição do homem".

No limite, podemos imaginar uma substituição completa das funções do nosso corpo pela tecnologia. Claro que, nesse caso, já não poderíamos falar em humanidade. Não se aplica o exemplo do navio Argos, porque ele não mudou de composição, apesar das peças deste serem todas novas.

E é curioso o quanto, insensivelmente, avançámos no uso dessas invenções que, como dizia McLuhan, prolongam os nossos órgãos, ou que completamente os substituem.

A filosofia moderna, desde Nietzsche, preparou a nova mentalidade que nos faz ver o homem cada vez menos como o molusco dentro da casca da tecnologia, mas como um epifenómeno da forças do universo, sob a forma duma realidade cultural e histórica.

Essa visão facilita mais do que a migração no espaço uma migração nas formas da tecnologia que pode ser como que uma evolução de segundo grau.

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