quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

NO CAMINHO DE SOLARIS


"Solaris" (1972-Andrei Tarkowsky)


"Ao passarmos a viver em ambientes completamente artificiais, rompeu-se o nosso contacto directo com o planeta, alterando-se o nosso conhecimento do mesmo. Desligados, como astronautas flutuando no espaço, não podemos agora distinguir o alto do baixo ou a verdade da ficção. Estas condições favorecem a implantação de realidades arbitrárias. A televisão é neste contexto um exemplo recente, um exemplo grave, uma vez que acelera grandemente o problema."

Jerry Mander (1º Argumento, em "4 Argumentos para acabar com a televisão")


Mander compara a realidade empobrecida dos ambientes artificiais que alteram a nossa percepção e o nosso conhecimento, à situação descrita em "Solaris", o filme de Andrei Tarkowsky.

No espaço, sem contacto com a natureza, as imagens da memória confundem-se com a experiência actual dos sentidos, a "informação surge toda igual. Torna-se impossível agir de acordo com a informação."

A mulher do astronauta como que ressuscita, naquela estação espacial. E ambos temem o regresso à Terra, por que isso significa uma nova e definitiva separação.

A televisão não começou nada, e é um meio, entre outros, de "colocação em órbita" e de perdermos a realidade.

Em "Solaris", Eurídice é resgatada dos Infernos, mas à custa de tudo se tornar um sonho.

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