sábado, 24 de julho de 2010

O PLANETA DOS MACACOS


Regresso ao planeta dos macacos


Darwin não emitiu um juízo ético sobre o facto dos mais bem adaptados, na Natureza, eliminarem os que não se adaptam, conforme uma lei inexorável.

Esta lei nunca deverá ser entendida, porém, como o triunfo dos mais fortes, a não ser que se queira incluir na definição de força a inteligência, a memória, a capacidade estratégica e monumental, etc, etc. O homem nunca teve o músculo dos dinossauros e foram estes que não puderam adaptar-se.

Por isso todas as teorias sobre a Mão Invisível reguladora, ou a bondade espontânea do mercado ou da modernização às cegas (que se resume à conquista de novos dentes e de novas garras no “struggle for life”) típicas do chamado neo-liberalismo, me fazem sempre desejar o aparecimento dum novo Darwin que separasse as águas e pudesse estabelecer que a superioridade humana não perde com a sua descendência do símio, mas com o regresso ao planeta dos macacos.

E é o caso que o que parece anti-económico (por exemplo, a Segurança Social) pode ser tão darwiniano como o período de aleitação nos mamíferos.

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