segunda-feira, 3 de outubro de 2005

SINDICALISMUS ESQUISITUS


Charles Darwin (1803/1873)

As novas espécies estão sempre a aparecer entre nós ( ao contrário do que parece passar-se na Natureza ).

Vemo-las tomarem o nome de outras, já identificadas e de pleno direito, mas acabamos, cedo ou tarde, por nos apercebermos de que são aberrações e que têm de ter outro nome.

O caso é que, como já se tem dito, a greve é um direito dos trabalhadores. E se é certo que, abusivamente, se tem falado numa greve das mulheres (Aristófanes), ou numa greve dos patrões (lock-out), só podemos considerar uma greve dos juízes como uma denegação de justiça e uma destruição de poder.

Aqueles que construíram os sindicatos, ao longo da sua atribulada história, para conquista dos direitos mínimos, têm de ver numa greve destas uma caricatura que faz troça da sua luta passada e presente.

Mas há uma advertência a fazer nesta aparente consagração do sindicalismo, quando vemos os que outrora ergueram os seus casse-têtes sobre os manifestantes, manifestarem-se agora na 25ª hora, ou os juízes que aplicaram as leis repressivas brandirem hoje a arma da greve: é a de um reconhecimento tão geral e uma tão grande respeitabilidade do sindicalismo poder significar que está a perder a sua capacidade de se adaptar, confundindo-se, cada vez mais, com a defesa das espécies ameaçadas ou em vias de extinção.

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