sábado, 5 de junho de 2010

UM SÍMBOLO DO INFINITO


Proust: O olhar invisível do vértice da pirâmide


A propósito do verbo proustificar (Fernand Gregh) e da interminável e desconcertante delicadeza de Proust. Se desviamos o olhar da obra, impressionante, sem tentar explicar a vida por ela ou o contrário (cavalo de batalha do escritor contra Sainte-Beuve), são pequenos apontamentos como aquele que insinuam, indiciam apenas, o mistério irredutível que é a existência de cada um de nós. E, assim, a correspondência não é entre a estrutura e os temas dum romance psicológico em oito volumes e a vida do seu autor, mas entre a linguagem e o ser, termos irredutíveis um ao outro, numa relação que torna a obra-prima da literatura em não mais do que um símbolo do que não tem forma nem limite.

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