terça-feira, 2 de janeiro de 2007

AMOUR DE TÊTE


William Bouguereau (1825-1905)

"O princípio do amor francês é de se deixar prender pelo que mostra indiferença, de seguir o que se distancia. A aparência de frieza, a incerteza sobre o efeito produzido, torna pelo contrário impossível, numa alma italiana, esse acto de loucura que começa o amor, e que consiste em revestir de todas as perfeições a imagem que se faz do ser que se vai amar."

Stendhal ("Promenades dans Rome")


Em 1828, quando Stendhal escrevia este pensamento, " o amor não estava muito na moda em França, sobretudo nas classes altas."

É o estereótipo do tempo em que tantos americanos se apaixonaram por aquele país e a sua brilhante capital e veiculado através do cinema e da literatura que nos faz pensar que a França sempre foi o país dos amantes.

Na verdade, é o país do "espírito" e do amor de cabeça.

A cultura cortesã, que tanto marcou os costumes, não podia ter favorecido a transparência dos sentimentos. Assim, não há lugar na terra onde as maneiras e a arte de esconder o pensamento sejam tidas em maior conta.

E é quando o erotismo se refugia todo na vaidade.

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