quarta-feira, 18 de maio de 2005

AS PIRÂMIDES DO SOARES DOS REIS

Não podíamos ficar atrás. O Louvre tem a pirâmide de I.M. Pei. O Porto tem, agora, à porta do seu mais importante museu, não uma, mas duas pirâmides!

Em vez de aço e de vidro como a que se pode ver na alameda Napoleão, em Paris, estas são, talvez, de um material menos nobre, mas mais genuíno, mais característico das ruas da urbe quando se descalçam ou se transformam em trincheiras. Estamos a falar da simples terra, enfim , do pó bíblico em que todos nos tornaremos ( os autores das pirâmides e os outros).

Essas duas pirâmides de terra, uma de cada lado da porta de entrada do Soares dos Reis, estão ali como dois leões alados, não para afugentar o visitante ou o turista, como à primeira vista se poderia pensar, mas como um monumento, infelizmente temporário, à guerra da burocracia.

Quem não entender a política, sobretudo se se embrenhar na crítica do gosto, não pode estar à altura de penetrar o supremo mistério destas pirâmides.

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