domingo, 24 de maio de 2009

CORIOLANO


'Coriolanus,' by William Shakespeare. Directed by Laird Williamson




"Eu darei as minhas razões, que têm mais valor do que as suas vozes. Eles sabem que o trigo não foi uma recompensa, pois estavam bem cientes de não terem prestado nenhum serviço para tal; sendo pressionados para a guerra, quando o próprio âmago do Estado foi tocado, não queriam atravessar as portas. Esta espécie de serviço não merece trigo grátis. Estando em guerra, e mostrando eles mais valor nos motins e revoltas, não fales a seu favor."


"Coriolano (Acto III)" William Shakespeare



O Senado romano comprou a paz com a ralé, preparando os futuros abusos e expondo o Estado, diz o poeta. Mas Coriolano é um homem só e a sua opinião é considerada, rude como o homem, e intempestiva. Quanto mais fácil não é emprestar o ouvido ao coro de aduladores do povo, quando a ruína ainda não é para hoje!

Toda a democracia devia ter o seu Coriolano (sem fazer o que este depois fez por despeito contra a sua própria pátria).

A demagogia está bem estabelecida, porque não é doutra forma que as crianças são levadas a ultrapassar as suas birras, e todos fomos crianças. Por isso não se espere que os partidos sejam virtuosos ao ponto de a pôrem de lado.

É preciso, pois, um Coriolano que não se importe de cair em desagrado.

0 comentários: