sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

EM BABILÓNIA SUJEITO



"E se eu cantar quiser,

Em Babilónia sujeito,

Jerusalém, sem te ver,

A voz, quando a mover,

Se me congele no peito."

Luís de Camões


O sentimento que o poeta exige como prova de fidelidade é o luto, e cantar é já esquecer.

Que a cidade espiritual seja invocada com todo o ser, como algo que alimenta o crente e transforma a sua sujeição em gloriosa esperança.

É por isso que essa Jerusalém deve estar no íntimo segredo e fora do alcance do profano.

É outro modo de entender a ofensa de que é acusado o jornal dinamarquês.

O colectivo não tem segredo. Falta a alma individual com os seus vários aposentos.

E isso foi criado deste lado do sol.

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